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Investimento em cripto: recursos desviados para apostas

Um jovem de 26 anos, natural de São Paulo, está no centro de uma polêmica que envolve golpes românticos e muito dinheiro. Ele se apresentava como estudante de medicina, investidor, evangélico e até praticante de kitesurf, mas, segundo as acusações, sua verdadeira intenção era bem diferente. Ao que tudo indica, Matheus Machado utilizava essa imagem glamourosa nas redes sociais e aplicativos de relacionamento para se aproximar de mulheres, especialmente aquelas que tinham uma boa situação financeira.

As vítimas relatam que o rapaz tinha uma estratégia bem elaborada: começava com declarações de amor e promessas de um futuro juntos. Assim que conquistava a confiança, surgiam os pedidos de ajuda financeira. Ele sugeria investimentos em criptomoedas, além de práticas duvidosas como a clonagem de cartões, resultando em um grande desvio de dinheiro. O caso veio à tona quando várias mulheres, que tinham experiências similares, decidiram se unir para desmascarar o golpista, fazendo uma comparação com o documentário “O Golpista do Tinder”.

Investimentos em criptomoedas para o futuro

As ações judiciais contra Matheus estão crescendo. Ele é acusado de estelionato, ameaças e abuso psicológico. Rodrigo Soares, delegado de Caraguatatuba, relatou que o jovem costumava incluir em seu discurso propostas de investimento em criptomoedas, sempre enfatizando que era para construir um futuro a dois.

Uma das vítimas detalhou que fez 51 transações para o acusado, totalizando mais de R$ 104 mil em transferências bancárias e pagamentos em cartão de crédito. O delegado também destacou que esse tipo de golpe amoroso, que utiliza as redes sociais, tem se tornado cada vez mais frequente. “Se não deu certo com uma, ele parte para outra, aprimorando as táticas a fim de conseguir mais dinheiro”, ressaltou.

Os “investimentos” que Matheus prometia nunca se concretizavam; na verdade, eram apenas uma fachada para roubar as vítimas. O dinheiro que ele recebia, segundo as investigações, era direcionado para suas despesas do dia a dia e, principalmente, para o seu vício em apostas esportivas online. Relatos de ex-namoradas confirmam que ele admitiu ter dificuldade em controlar seus impulsos de apostas, chegando a afirmar em laudo médico que seu vício aumentava com o tempo. Mesmo reconhecendo os prejuízos que causou, ele alegou que pretendia devolver o que havia pegado, com “lucros” de suas apostas.

Acusado nega estelionato amoroso e alega falta de provas

Matheus se defendeu, afirmando que não praticou golpes e que não existem provas que o incriminem. “Vou averiguar cada uma das denúncias, pois considero as informações infundadas. Com meu direito de defesa, chamarei todos os envolvidos judicialmente”, afirmou.

Infelizmente, golpes românticos não são uma exclusividade do Brasil. Recentemente, um americano acusou um banco de permitir que criminosos roubassem US$ 20 milhões em um esquema semelhante. Nele, os golpistas utilizavam identidades falsas para construir um relacionamento e, depois, induziam as vítimas a investir em criptomoedas, em uma operação conhecida como “pig butchering”.

Essas histórias evidenciam a importância de estar sempre atento e verificar as intenções por trás de relacionamentos, especialmente em tempos digitais onde a vulnerabilidade é comum.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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